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Política

Os sinais de Nunes Marques sobre paralisar o julgamento da cassação de Castro

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Kassio Nunes Marques, deu sinais de que pretende paralisar o julgamento que pode cassar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e torná-lo inelegível.

Governador do Rio de Janeiro Claudio Castro – © Fernando Frazão/Agência Brasil

Em conversas reservadas sobre o tema, Nunes Marques tem apresentado dois argumentos que indicam sua tendência a pedir vista no julgamento das ações que envolvem Castro e que serão analisadas pela corte eleitoral na terça-feira (4).

O ministro tem pontuado que a chance de solicitar vista é elevada em processos em que a matéria é complexa e o anúncio da pauta é feito próximo ao dia do julgamento. Segundo auxiliares de Nunes Marques, ele tomou conhecimento de que o processo entrou na pauta na quarta-feira (29), com a decisão do TSE de marcar o julgamento. Esses auxiliares afirmam que o ministro tem uma viagem marcada para quinta-feira (30), com retorno na própria terça-feira (4).

Pessoas próximas a Nunes Marques apontam também que ele tem demonstrado que a chance de pedir vista é considerável em ações que envolvem prefeitos de grandes capitais, deputados federais, senadores ou governadores.

Como apurou Bella Megale de O Globo, Nunes Marques se tornou a esperança para travar o julgamento de duas ações que podem cassar Cláudio Castro e torná-lo inelegível. O pedido de vista teria o poder de suspender a análise do caso por 60 dias, adiando o desfecho para fevereiro de 2026. A expectativa é de que, nesse momento, a tensão política possa ter diminuído.

A ministra Isabel Gallotti, relatora do processo, termina seu mandato no TSE em menos de um mês e liberou os casos que considera prioritários para serem analisados antes de deixar a Corte. Como informou a equipe da colunista Malu Gaspar, no entorno de Castro, a avaliação é de que o TSE teria agido politicamente e feito um “movimento casado” com o governo federal, ao pautar o julgamento das ações em meio à repercussão da operação policial mais letal da história do Rio, que culminou em mais de 120 mortes.

Há poucas semanas, o clima entre aliados e integrantes das defesas de Castro e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), era de otimismo. A crença era de que não havia previsão alguma de data para o julgamento. Ambos são acusados de abuso de poder político e econômico no financiamento de projetos da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj) e da Uerj em 2022.

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