Vendas no comércio cresceram 4,7% em 2024 na comparação com o ano anterior

Oito das 11 atividades pesquisadas, no âmbito do varejo ampliado, fecharam o ano com resultado positivo. O grande destaque foi o setor Farmacêutico. O setor de Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico, que engloba lojas de departamentos, material esportivo, entre outros, também teve crescimento.Pelo lado negativo, as três atividades que sofreram queda em 2024 foram Combustíveis e Lubrificantes (-1,5%), Atacado Especializado em Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-7,1%) e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-7,7%).
O comércio brasileiro recuou 0,1% em dezembro e fechou o ano de 2024 com crescimento de 4,7%, maior alta desde 2012 (8,4%). O resultado do mês veio em linha com o esperado pelos analistas, enquanto o do ano surpreendeu as expectativas, que apontavam aumento de 3%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado de produtos alimentícios, as vendas caíram 1,1% na passagem de novembro para dezembro, surpreendendo negativamente as expectativas dos analistas, que projetavam queda de 0,1% no mês. No ano, a alta do setor foi de 4,1%, a maior desde 2021.
Das onze atividades pesquisadas no varejo ampliado, oito fecharam o ano no campo positivo, com destaque para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que cresceu 14,2%. Também tiveram altas consideráveis os segmentos de veículos e motos, partes e peças (11,7%), e outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,1%).
Mesmo com a leve queda no varejo nos últimos dois meses (em novembro caiu 0,2%), que é inclusive vista como estabilidade, o cenário foi de economia aquecida ao longo de todo o ano, com o desemprego em mínimas históricas e mais renda disponível para as famílias. Assim, economistas já previam que o comércio fechasse 2024 com resultados superiores aos do ano anterior, embora os números tenham vindo acima do esperado.
Os analistas
Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado de dezembro representa estabilidade pelo segundo mês consecutivo. “Deve-se lembrar que esta estabilidade sustenta um patamar recorde que foi atingido em outubro de 2024”, afirma.
Após o cenário um tanto positivo ao longo do último ano, o setor deve começar a desacelerar em 2025. É o que pensa Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre em análise para O Globo. No entanto, ele ressalva que isso não significa que o comércio vai necessariamente apresentar queda nos próximos meses, e sim números menos expressivos.
“Para 2025, projetamos uma desaceleração no crescimento devido à redução dos estímulos fiscais e de crédito, além da inflação e juros elevados”, disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.
“Apesar desse cenário desafiador, esperamos que a retração seja relativamente moderada. Alguns fatores devem ajudar a sustentar o consumo, como o mercado de trabalho aquecido e o aumento da massa salarial.
Com extratos da Folha de São Paulo e O Globo