Bosco Saraiva diz não reconhecer números da CNI sobre impacto do tarifaço no Amazonas

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, também afirmou que a tarifa de 50% para as exportações aos Estados Unidos não deve causar efeitos significativos sobre a ZFM
O superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, rebateu os dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria sobre um provável impacto econômico de R$ 1,1 bilhão com o tarifaço anunciado por Trump contra produtos do Brasil. Bosco alertou sobre o erro ao não reconhecer os números da CNI: “Não reconheço esses dados, me parecem fictícios. A ZFM exporta 1,5% de seu faturamento e menos de 10% disso foi para os EUA. A realidade é diferente. Não seguimos a CNI”, disse o superintendente da Suframa.
Bosco Saraiva em declarações recentes afirmara que a taxação de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada por Donald Trump, teria impacto “quase insignificante” sobre a Zona Franca de Manaus, com pouca exportação para o mercado norte-americano. “Do ponto de vista das exportações do PIM, esse volume é quase insignificante para o seu faturamento”, adiantou Saraiva.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, também afirmou que a tarifa de 50% para as exportações aos Estados Unidos não deve causar efeitos significativos sobre a ZFM.
“O impacto potencial é bastante limitado”, pondera Antônio Silva. A maior parte da produção do PIM destina-se ao mercado interno brasileiro, o que reduz significativamente o impacto da medida anunciada. “A balança comercial entre a ZFM e os EUA é amplamente favorável aos americanos: importamos deles quase 20 vezes mais do que exportamos”, apontou.
Nesta quarta-feira, 30, a CNI voltou atrás e corrigiu o próprio estudo, apontando que o impacto seria de R$ 1,145 milhão.
Os dados originais da pesquisa contêm dois erros: a diferença no valor do impacto no Amazonas e a colocação do Estado no ranking nacional. A diferença entre o dado divulgado na terça-feira e a admissão do erro na quarta-feira é de mais de R$ 1,1 bilhão. Com os números corrigidos e um impacto de 0,67%, o Estado foi reposicionado na última colocação, após as medidas anunciadas pela administração de Donald Trump.
“CNI atualiza projeção de impacto da tarifa dos EUA no Amazonas: as projeções dos impactos regionais, no País, das medidas tarifárias dos Estados Unidos até julho de 2025, divulgadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), hoje, 30, corrigem o valor divulgado ontem, 29, para o Amazonas. De acordo com o levantamento da CNI, as medidas acarretam variação negativa de 0,67%, o que representa uma contração de R$ 1,145 milhão no PIB estadual “, informou a nota com a correção sobre os dados.