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Amazonas

Rio Negro indica início da vazante em Manaus

Com recuou 2 centímetros nesta terça-feira (8), o rio Negro registra a primeira descida desde que atingiu a cota máxima de 29,05 metros no sábado (5), segundo a régua do Porto de Manaus.

 A descida cessa a propensão de elevação contínua que se mantinha desde fevereiro, quando o rio ‘vazou’ 1 centímetro já em meio a uma tendência de cheia.

De acordo com o meteorologista Leonardo Vergasta, do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre da UEA, a máxima do Rio Negro historicamente ocorre entre junho e julho, com a maior parte dos anos (73%) registrando o pico em junho.

Neste ano, o possível início da vazante chega 16 dias depois e 2,21 metros mais cheio do que em 2024, quando o rio chegou a 26,84 metros em 23 de junho, ápice da cheia daquele ano, e passou a intensificar o ritmo de descida, registrando quedas diárias de até 27 centímetros, como a registrada em 3 de setembro, alcançando a maior seca da história, com 12,11 metros no dia 9 outubro, deixando para trás a marca anterior, de 12,70 metros, registrada em 2023.

Segundo Vergasta, apesar do recuo, ainda não é possível afirmar tecnicamente que a vazante começou, já que o movimento pode representar apenas uma estabilização temporária ou um fenômeno chamado de repiquete. “Manaus deve começar a experimentar esse processo [de oscilação] nos próximos dias, mas precisamos aguardar para confirmar”, destaca.

Conforme o boletim hidrológico divulgado pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) nesta terça-feira (8), no rio Solimões, que influencia o Negro em Manaus, há quedas diárias de até 10 cm em Tabatinga e recessão em outros afluentes.

Para o médio e baixo Negro, como Barcelos e Tapuruquara, já há registros de pequenas descidas ou estabilidade. A tendência, conforme o boletim, é que Manaus siga esse padrão nos próximos dias, dependendo da evolução do regime de chuvas e do escoamento das águas nas cabeceiras.

Sem riscos de seca severa

No prognóstico atualizado, o SGB mantém a previsão de que o Negro deve encerrar o ciclo de cheia deste ano dentro da faixa considerada “normal”, sem risco de nova cheia histórica para a capital, mas também com atenção ao início da estiagem, já que 2024 marcou a pior seca registrada na cidade.

É o que também avalia Leonardo Vergasta. Segundo ele, apesar da necessidade de monitoramento contínuo, não há expectativa de uma estiagem severa em 2025. “Por enquanto, os padrões climáticos que a gente tem observado é de que a gente se mantenha num padrão de neutralidade e tudo dentro da normalidade. Contudo, isso a gente precisa continuar monitorando, porque esses padrões podem de fato ser alterados”.

Com informações do acrítica.com

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