Bonner deixará ‘Jornal Nacional’ para novos projetos na Globo, e César Tralli assumirá bancada

Mudança vem sendo conversada desde a pandemia e se dá por motivos pessoais; jornalista vai coancorar ‘Globo Repórter’
Depois de quase 30 anos à frente do principal telejornal da televisão brasileira, o Jornal Nacional, da Globo, o jornalista William Bonner, de 61 anos, vai deixar a função de âncora e editor-chefe do JN no fim de outubro, para se dedicar a outros projetos na emissora. A partir de 3 novembro, assume a bancada do JN o jornalista César Tralli, 54 anos
A decisão de Bonner de deixar o JN se dá por motivos estritamente pessoais. Ele quer dedicar mais tempo à família: uma filha mora no Brasil e uma filha e um filho, no exterior. “Já perdi pai e mãe, e conseguir ver mais meus filhos é uma grande motivação [para a mudança]”, disse Bonner. Ele é o mais longevo âncora do JN, superando Cid Moreira (1927- 2024). Bonner estreou no JN em 1º de abril de 1996, há quase 30 anos.
Embora vá deixar o JN nos próximos dois meses, Bonner continuará na Globo e no jornalismo da emissora. Vai coapresentar, a partir da temporada de 2026, o Globo Repórter ao lado da também jornalista Sandra Annenberg, 57 anos, de quem é amigo desde os tempos de faculdade, na Universidade de São Paulo (USP). “Fiz todos os programas jornalísticos na Globo, só não fiz Globo Repórter”, disse Bonner. Na nova função, ele pretende não só ancorar o programa, mas também fazer viagens e reportagens.
A ideia de deixar o principal telejornal da tevê brasileira no maior grupo de comunicação do país veio sendo negociada com a Globo nos últimos cinco anos, desde a pandemia de covid-19, quando o jornalista manifestou o desejo de mudança. O jornalista e a emissora acertaram uma transição ao longo do tempo pois havia vários movimentos a serem feitos de forma simultânea.
Na edição desta segunda-feira (1 ) do JN, Bonner leu uma nota “delicada, clara e transparente”, nas palavras do próprio jornalista, sobre as razões de deixar o telejornal. Bonner não só coapresenta o programa ao lado de Renata Vasconcellos como também acumula a função de editor-chefe, que a partir de novembro passa a ser exercida por Cristiana Souza Cruz, hoje editora-chefe adjunta do JN. É a segunda editora-chefe do JN depois de Alice-Maria. O anúncio das mudanças ocorreu ontem, no dia do aniversário do JN, cuja primeira edição foi ao ar em 1 de setembro de 1969, há 56 anos.
Em conversa com veículos da imprensa brasileira, na sede da Globo, no bairro do Jardim Botânico, no Rio, Bonner reconheceu o privilégio, mas também a enorme demanda que representa ocupar, ao mesmo tempo, as funções de apresentador e editor-chefe do JN. “O Jornal Nacional é um patrimônio nacional.”