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Caça da FAB que interceptou bimotor da Venezuela no Amazonas opera em 15 países, alcança quase 600km/h e é referência mundial

Turboélice leve fabricado pela Embraer alia baixo custo, versatilidade e poder de fogo, e já acumula mais de 60 mil horas de combate no mundo

Dois caças A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) interceptaram um bimotor que havia decolado da Venezuela e entrou no espaço aéreo brasileiro carregado com drogas na quarta-feira. A perseguição terminou na represa de Balbina, em Presidente Figueiredo (AM), onde o piloto lançou a aeronave com cerca de 380 quilos de skunk. O suspeito conseguiu fugir, mas a Polícia Federal apreendeu a carga.

O episódio recoloca em evidência o avião militar brasileiro usado pela FAB em missões de defesa aérea e combate irregular. Produzido pela Embraer, o A-29 Super Tucano é um turboélice leve de ataque e treinamento avançado, hoje em operação em mais de 15 países.

Velocidade e alcance

Com 11,38 metros de comprimento, 11,14 metros de envergadura e 3,97 metros de altura, o Super Tucano alcança até 590 km/h e tem autonomia superior a 1.500 km em missões armadas. Em traslado, pode voar 4.820 km, índice que considera tanques extras e condições ideais.

Capacidade de armamento

Cada aeronave pode carregar até 1.550 quilos de armamentos distribuídos em cinco pontos de fixação externa. O modelo sai de fábrica equipado com duas metralhadoras calibre 12,7 mm nas asas, mas também pode transportar foguetes, bombas convencionais ou guiadas, tanques extras de combustível e mísseis ar-ar de curto alcance — projéteis destinados a combates próximos, com alcance inferior a 30 km.

Essa versatilidade permite ao A-29 atuar em missões de interceptação, ataque leve e apoio a tropas em solo. Segundo a Embraer, sua frota mundial já acumula mais de 500 mil horas de voo, sendo 60 mil em combate.

O cockpit do Super Tucano é digital, compatível com óculos de visão noturna, e inclui sensores eletro-ópticos, blindagem e assentos ejetáveis. Uma das vantagens do modelo é a capacidade de operar em pistas curtas, o que facilita seu uso em regiões remotas da Amazônia, onde ocorrem boa parte das missões de fronteira.

Custo e modernização

Além da performance, o custo é outro atrativo. A Sierra Nevada Corporation, parceira da Embraer nos Estados Unidos, estima o custo por hora de voo em US$ 1.500 (cerca de R$ 8 mil), valor muito inferior ao de caças supersônicos.

Atualmente, a FAB conduz a modernização de 68 unidades, no programa batizado de A-29M, estimado em R$ 2 bilhões. O pacote inclui integração com os novos caças F-39 Gripen, além de telas panorâmicas digitais (WAD), capacetes com visores (HMD) e o datalink militar Link-BR2, que melhora a comunicação em tempo real durante operações conjuntas.

Desde sua introdução, o A-29 tornou-se referência para forças aéreas interessadas em baixo custo e alta eficiência. Hoje, é usado em países da América Latina, África, Ásia e também em programas de treinamento nos Estados Unidos.

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