MPF investiga novo aterro em Manaus por possíveis danos ambientais
Apuração atende ao pedido do deputado Amom Mandel e busca aclarar se obra avança sem licença e ameaça nascentes e moradores da região

Investigação federal sobre o projeto
O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar suspeitas de irregularidades na área onde está sendo construído o novo aterro sanitário de Manaus.
O procedimento, instaurado nesta segunda-feira (1º), busca esclarecer se as obras estão sendo realizadas sem as licenças ambientais possíveis e se oferecem riscos ao meio ambiente e às comunidades próximas.
A iniciativa do MPF atende a uma representação apresentada pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), que encaminhou um dossiê técnico questionando a execução das obras em uma área de preservação permanente.
Área sob suspeita de danos ambientais
Informações recebidas pelo órgão indicam que o aterro pode estar avançando sobre uma Área de Preservação Permanente (APP), onde há nascentes, vegetação nativa e o leito do igarapé Matrinxã.
Há promessas de aterramento e modificações nessas zonas sensíveis, que poderiam comprometer a integridade dos recursos hídricos e da fauna local.
A Prefeitura de Manaus ainda não se manifestou sobre as suspeitas levantadas e nem confirmou se há licenças ambientais vigentes para o empreendimento.
Preocupações da comunidade
Moradores do entorno relatam mudanças perceptíveis desde o início das obras. A água de poços artesianos teria passado a apresentar cor e odor diferentes, levantando suspeitas de contaminação.
As famílias também alegaram ter notado aumento de insetos e animais peçonhentos na região, o que reforça o temor de impactos ambientais diretos.
Risco de aviação e ausência de consulta pública
Outro ponto em análise é a localização do aterro, situado a poucos quilômetros do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Por questões de segurança aérea, empreendimentos desse tipo devem manter distância suficiente para evitar a atração de aves, que podem ameaçar pousos e decolagens.
O MPF também pretende esclarecer se houve consulta pública sobre o projeto. Até o momento, não há registro de audiências ou estudos detalhados que apresentem os impactos ambientais e sociais da obra à população.
Próximas etapas da purificação
As primeiras medidas já foram executadas pelo MPF, com pedidos de informação aos órgãos competentes, visitas técnicas ao local e análise preliminar das condições ambientais.
A investigação seguirá até que o órgão reúna elementos suficientes para definir eventuais responsabilizações e as futuras providências sobre o caso
