Médica e técnica de enfermagem são acareadas em caso de morte de menino de 6 anos em Manaus
Juliana Brasil e Raiza Bentes prestaram novos depoimentos no 24º DIP nesta quinta-feira (4) para esclarecer contradições sobre dose incorreta de adrenalina aplicada em Benício Xavier

A médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva foram submetidas a acareação na manhã desta quinta-feira (4), no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus. O procedimento faz parte da investigação sobre a morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, ocorrida após a aplicação de uma dose incorreta de adrenalina intravenosa no Hospital Santa Júlia.
A acareação teve como objetivo confrontar as versões divergentes apresentadas pelas duas profissionais em depoimentos anteriores, buscando esclarecer pontos cruciais sobre a dinâmica do atendimento médico que resultou na tragédia.
Depoimentos contraditórios geram dúvidas
As profissionais apresentaram relatos diferentes sobre quem prescreveu a medicação e como o procedimento foi conduzido. A técnica de enfermagem Raiza Bentes afirmou ter apenas sete meses de formação na época do ocorrido e alegou que não poderia realizar procedimentos sem prescrição médica adequada.
Já a médica Juliana Brasil mudou sua versão ao longo da investigação. Inicialmente, teria admitido o erro na prescrição da adrenalina em conversas e documentos, mas posteriormente passou a alegar falha no sistema eletrônico do hospital.
Suspeita de adulteração de provas
A Polícia Civil investiga a possibilidade de a médica ter tentado manipular provas ou alterar registros no sistema de prescrição do Hospital Santa Júlia após o incidente. Essa suspeita, relatada por outras testemunhas, foi um dos fatores determinantes para a realização da acareação.
O confronto direto entre as duas profissionais busca sanar essas dúvidas e esclarecer se houve tentativa de ocultação de informações relevantes para o caso.
Sigilo judicial mantém detalhes em reserva
Embora a acareação tenha sido concluída, os detalhes específicos sobre o que foi dito ou esclarecido durante o procedimento ainda não foram divulgados à imprensa. O processo tramita sob sigilo judicial, e novas informações devem ser reveladas apenas mediante autorização da Justiça ou ao término das investigações.
