Governador Wilson Lima descarta saída antecipada em meio a críticas do vice sobre IDH do Amazonas
Declaração de permanência até 2026 ocorre dias após Tadeu de Souza questionar indicadores sociais do estado e sinalizar disposição para assumir o comando do Executivo em abril

Governador reafirma compromisso até o fim do mandato
O governador do Amazonas, Wilson Lima, descartou categoricamente qualquer possibilidade de deixar o cargo antes do término do mandato, previsto para o final de 2026. A declaração ganha contornos políticos especiais após o vice-governador Tadeu de Souza publicar um vídeo criticando os índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado e se colocar como alternativa para enfrentar o problema.
“Meu compromisso é com o povo amazonense e com a conclusão deste mandato. Vou trabalhar até o último dia para entregar os projetos que assumimos como prioridade”, afirmou Lima, em resposta direta às especulações sobre uma eventual saída antecipada.
Vice-governador critica IDH e sinaliza disposição para assumir
Na publicação, Tadeu de Souza fez duras críticas aos indicadores sociais do Amazonas, afirmando que a desigualdade no estado “envergonha” e precisa ser enfrentada com urgência. O vice-governador sugeriu que, caso assumisse o Executivo estadual em abril, trabalharia prioritariamente para reduzir as disparidades sociais que marcam o estado.
As declarações foram interpretadas por analistas políticos como um recado direto ao governador e um posicionamento para eventual assunção do cargo. O tom das críticas surpreendeu parte do governo, uma vez que Tadeu de Souza integra formalmente a gestão atual.
Tensão na relação entre governador e vice
A manifestação pública do vice-governador expôs fissuras na relação política entre Lima e Tadeu de Souza. Embora eleitos na mesma chapa, os dois têm demonstrado divergências crescentes sobre os rumos da administração estadual, especialmente no que diz respeito às políticas sociais e ao combate à desigualdade.
Fontes do Palácio Rio Negro informaram, sob condição de anonimato, que as críticas do vice geraram desconforto na equipe de governo. A declaração enfática de Lima sobre sua permanência até 2026 seria uma resposta a essas movimentações internas.
Dados do IDH reforçam críticas
Os números do Índice de Desenvolvimento Humano do Amazonas de fato revelam desafios significativos. O estado amarga posições baixas no ranking nacional, especialmente quando se analisa indicadores de educação, renda e saúde no interior. A capital Manaus concentra grande parte dos investimentos e serviços, enquanto municípios do interior enfrentam carências estruturais graves.
Tadeu de Souza utilizou esses dados para embasar suas críticas, argumentando que os recursos destinados ao estado não têm se convertido em melhoria efetiva da qualidade de vida da população, especialmente das comunidades mais vulneráveis.
Bastidores políticos em ebulição
A troca de declarações entre governador e vice movimentou os bastidores políticos do Amazonas. Aliados de Lima classificaram as falas de Tadeu de Souza como “desleais” e “oportunistas”, enquanto grupos de oposição viram nas críticas do vice uma confirmação de problemas estruturais na gestão atual.
Há quem especule que o vice-governador esteja construindo um discurso próprio visando as eleições de 2026, buscando se diferenciar da administração Lima e apresentar-se como alternativa de renovação, mesmo integrando o atual governo.
Projetos sociais em andamento são defendidos
Em sua defesa, o governo estadual destacou programas sociais implementados nos últimos anos, como iniciativas de transferência de renda, obras de infraestrutura no interior e investimentos em saúde e educação. A gestão argumenta que os resultados dessas ações ainda levarão tempo para refletir nos indicadores oficiais.
Wilson Lima evitou comentar diretamente as declarações do vice, mas membros da equipe de governo afirmaram que o compromisso com a redução das desigualdades sempre foi prioridade da administração, apesar dos desafios orçamentários e estruturais do estado.
Próximos capítulos da disputa política
Com a permanência de Lima confirmada até 2026 e o posicionamento crítico de Tadeu de Souza, o cenário político amazonense promete novos capítulos de tensão interna no Executivo. A relação entre governador e vice será testada nos próximos meses, especialmente se o tema da desigualdade social ganhar mais espaço no debate público estadual.
Analistas políticos avaliam que a situação pode levar a um rompimento definitivo entre as duas lideranças ou, alternativamente, forçar ajustes na agenda de governo para incorporar as demandas levantadas pelo vice-governador. O que está claro é que 2026 se desenha como um ano de definições importantes para o futuro político do Amazonas.
